quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Por falar em Conto de Fadas...

Enquanto eu escrevia o texto anterior, me lembrei desta crônica de Veríssimo. É bem verdade que não conheço seu título, mas mesmo assim seu conteúdo vale a pena.Uma delícia!
Divirtam-se!



Era uma vez... numa terra muito distante...uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico...
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito.
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa.
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo.
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma:
- Eu, hein?... nem morta!

Doutorado a 1000 por hora...

Gente, é agora que eu vou sumir mesmo!!!! O Doutorado está frenético!!! Nunca li tanta coisa em tão pouco tempo. Nas duas últimas semanas eu devo ter lido pelo menos uns seis artigos, duas teses e dois livros. Sem contar as coisinhas picadas que a gente vai encontrando pelo caminho...

O curso da Leonor Werneck foi incrível. Abriu meus olhos para um tanto de coisa que eu ainda não tinha parado para pensar. Foi bom porque vi que não era tão peixe fora d´água. Às vezes o pessoal da minha turma é tão bom, tão preparado, tão atualizado, que eu tenho a sensação de ter parado na Era da Pedra Polida ou Lascada. Agora foi diferente. Eu já tinha dado conta de ler quase tudo do que ela falou. Ufa, que bom que eu estou virando gente grande!

No mais, estou cheia de coisas para escrever. Entrei na fase de querer ver a tese crescer, como filho na barriga da gente. Quero defender logo, virar doutora e ver se eu sossego um pouco para ficar mais tempo com os meus meninos. Esse lance de ser mulher contemporânea é muito louco, faz a gente querer dar conta de tudo bem. Mas nem sempre a gente consegue viver em Contos de Fadas, né?

Vou ficando por aqui. O capítulo da Ingedore sobre referenciação me espera...

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Sophia de Mello Breyner Andresen

Pudesse eu não ter laços nem limites
Oh vida de mil faces transbordantes
P'ra poder responder aos Teus convites
Suspensos na surpresa dos instantes


Escorpiana de novembro, poetisa, cronista, mãe... como não me identificar com ela?
Sophia se despediu de nós em 2004, deixando uma obra que vale a pena ler e ouvir, principalmente na voz da Bethânia, naquele CD lindo "Dentro do mar tem rio".

Olha isso...

Porque os outros se mascaram mas tu não
Porque os outros usam a virtude
Para comprar o que não tem perdão.
Porque os outros têm medo mas tu não.
Porque os outros são os túmulos caiados
Onde germina calada a podridão.
Porque os outros se calam mas tu não.

Porque os outros se compram e se vendem
E os seus gestos dão sempre dividendo.
Porque os outros são hábeis mas tu não.

Porque os outros vão à sombra dos abrigos
E tu vais de mãos dadas com os perigos.
Porque os outros calculam mas tu não.


Como diz o Rubem Alves: o que é que a Sophia de Mello Breyner Andresen queria dizer com o seu poema? Não sei. Só sei que o seu poema faz amor comigo.

Eu voltei...

Pois é, gente. Eu confesso: estava com preguiça do blog. Estava com preguiça do pc e da obrigatoriedade de trabalhar mais ainda em casa. Estava com prguiça da internet com suas mentiras frívolas e espetacularização das bobagens. Estava com preguiça de gente. Gente que mente sobre os outros. Gente que não sabe reconhecer que tem muito ainda a aprender da vida. Gente que ri na frente e que detona por trás. Gente vudu. Gente que é pedra, não é gente ainda. Não estava com vontade de escrever mais. Estava estranha, dando tilt. Um estranhamento das pessoas, um descrédito da possibilidade de amor nas relações humanas, enfim, um trem ruim.

Mas eu voltei. Voltei porque sou mais: Mãe, Mulher e Malfacini. Muita coisa para esse mar de marasmo, de ignorância e de vaidade. Voltei porque a minha estrela brilha, porque tenho um amor, porque eu sou muito mais do que algumas notas de real (se ainda fosse euro, hunf!). Voltei porque eu sou do tempo do Gorpo, e ainda acredito que o "bem vence o mal". Os blurghs passarão, eu passarinho!!!

A humanidade ainda tem quem a salve, eu acredito nisso. E como palavra a gente não rouba, eis que retomo as minhas, meu grito no escuro, no meio de uma multidão.

Sim, existe luz no fim do túnel e é a luz do Sol.