Casa, três filhos, quatro empregos, marido, doutorado, mãe... Tudo isso continua fazendo parte do meu universo, graças a Deus. Enquanto o filho mais velho começa a conhecer os mistérios do corpo masculino, a filha bebê chora de noite, reivindica o peito e coça o dentinho que não nasceu ainda. No meio de tudo isso, o meu bebê grande joga bola na sala de casa, vê DVD do Patati Patatá, leva cadeira para todo lugar para subir nas coisas. Agora, por exemplo, o Artur está chorando porque o Johan está maltratando o boneco do palhaço querido...
Nos últimos meses, muito aconteceu. A Giovana nasceu na mesma semana em que eu qualifiquei minha tese de doutoramento. Durante os quatro meses de licença maternidade que se seguiram, a Gigi mais ficou acordada do que dormiu, e eu idem. Muita cólica, muito choro, muito susto... tudo isso foi cansativo e está sendo ainda, mas nem preciso dizer o quanto valeu a pena: a garota é linda de doer...
Filhos, como é bacana ter três em casa. Eles são minha vida, mesmo sendo completamente diferentes um do outro. O Johan é o meu pai de novo: grande, forte, bonito, falante. Péssimo ouvinte. Mas o que é importante: um coração de ouro, daqueles que a gente quase nem vê mais. Na gravidez da Giovana, ele ficou todas as horas comigo, mesmo quando eu passava mal. Era sempre ele que me segurava as mãos e que me dava beijinho na testa na hora de deitar. Enfim, ele é de uma sensibilidade, de uma intuição... coisa de espírito velho, que já viveu muito na vida (ou em outras vidas). Agora coloquei outro apelido nele: Johan, o menino semiótico!
Já o Artur, que engraçado, é o oposto do que o irmão foi com 2 anos de idade. O que ele tem de tímido, tem de levado e safo. Ele cai e levanta, pula, escala, vira cambalhota, toma banho e faz cocô sem chamar ninguém para ajudar. Agora, ele descobriu que a esponja (de lavar louça) parece o Bob Esponja. Se deixar, então, ele quer lavar tudo o que encontra, só para brincar com o personagem amarelo. Tudo seria perfeito, se ele não quisesse fazer isso às duas da manhã, no horário em que ele está no auge (detalhe: o menino tem insônia, para desespero dos familiares).
Para terminar, Giovana!!! Que bela!!! Que olhos!!! Olhos de Elizabeth Taylor, cor de violeta... Para quem não sabe, a gravidez da Gigi foi horrível: teve depressão, enjoo, enxaqueca, pressão alta e até separação, e eu me senti muito triste, cansada, fraca e carente... Mas tudo valeu a pena pela criaturinha que me ama tanto, que me acha com o olhar em qualquer lugar onde eu esteja. Que me espera chegar do trabalho só para dormir agarradinha no meu peito...
Enfim, é muito amor. As minhas roupas estão velhas, tem um tempão que eu não consigo fazer as unhas, a cama enche de filho no meio da noite. Grana no banco, viagem pra a Europa, compras em Nova Iorque? Nunca mais...
... Mas, em compensação, o coração vive cheio de amor.
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