sábado, 3 de julho de 2010

Johan e a Copa de 2010

Johan viu ontem o Brasil sair da Copa. É bem verdade que em 2006 ele também viu, mas não lembra. Essa foi a primeira copa da qual ele se lembrará pelo resto da vida. Tem 3 camisas, peruca e bandeira. Colecionou o álbum da Copa, fez tabela, queria o aniversário de 8 anos de Brasil, dormiu abraçado com as figurinhas dos jogadores, fez promessa na ponte dos desejos... e tudo para ver o Brasil perder do jeito que foi, um jogo de meninos perdidos em campo. Meu filho chorou, bastante. Na casa da amiga Vani, todo mundo tratou de consolar o menino... Por fim, quem conseguiu foi o Corélio, namorado da Mel, flamenguista roxo, que sacou a camisa vermelha e preta da mala e ficou sacudindo com o Johan, dizendo que aquele é que era o timão de verdade. Meu filho logo esqueceu as lágrimas, e deu para zoar o Rafa, tricolor incansável. Passados alguns minutos e todos nós já estávamos contentes de novo, rindo, comendo, bebendo e falando de nossos projetos de futuro (afinal, todas as meninas presentes eram feras em suas áreas profissionais e nossos almoços já rendem pontos no lattes...rs).

Na hora de vir embora, me deu um trem esquisito e resolvi retomar o assunto da Copa com o Johan. Contei pra ele que eu sou órfã da Copa de 1982, a primeira de que me lembro e acho que a maior decepção dos brasileiros até hoje. Ele pareceu se consolar com a minha história. Disse pra ele que nem sempre a gente ganha e que é preciso aprender a perder. Cantei pra ele o refrão que eu sempre lembro da Elis, "nem sempre ganhando, nem sempre perdendo, mas aprendendo a jogar...". Ele me ouviu. Parece que entendeu a moral da história. Tomara. Eu particularmente detesto essa onda de patriotismo sazonal!

Em tempo que jogador compra moto pra traficante, aparece em baile funk com bandido e é suspeito de matar a amante, eu tenho medo do que meu filho pode tomar como valores. E tenho medo também de outros filhos e alunos, que parecem ter seus valores morais corrompidos por essa sociedade.

E ainda tem gente que prefere falar mal do Dunga (só perdoo o Tadeu e o Escobar)... Desculpem o trocadilho, mas frente a tudo o que eu vi acontecer no mundo do futebol nos últimos dias, o Dunga é anão!!!

2 comentários:

  1. Ana, eu to com saudade!Ainda esta dando aula no CEBB? Como é bom ler o que você escreve, é marivilhoso. Eu gosto de ver você brincar com as palavras,como diria Drummond: " Penetra surdamente no reino das palavras"...
    Te amoooooo,
    Estou escrevendo textos, sabia?
    Beijão

    Thiago Carlos

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  2. Aninha, eu sempre achei que o mais complicado de cuidar dos filhos é conseguir deixar claro pra cada um os valores que, de verdade, devem ser considerados. Muitas vezes até nós, adultos, ficamos na dúvida do que é certo e errado, porque fica tudo tão misturado, o bem e o mal, que nos confunde. Imagine pras crianças e adolescentes... Mas exemplo não é a melhor forma de ensinar, é a única. E somos mães exemplares, né?
    Beijo, querida.

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